SHIKATA GA NAI (tempo aprox. de leitura: 3 min.)
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Frequentemente vejo no Linkedin um certo ambiente de positividade que muito me inspira. Sou relativamente novo nessa mídia social e percebo vários posts que mostram esse espírito alvissareiro.
Os que me conhecem um pouco, sabem que mantenho uma índole alegre e confiante (na maior parte das vezes, claro!).
Os que me conhecem muito, sabem que sou bem positivo, para uma pessoa com meu histórico de vida.
Publiquei sobre esse tema no dia 28 de outubro passado, onde comento o Kotowaza (provérbio japonês), NANAKOROBI YAOKI (Caia sete vezes; levante-se oito!), que adotei durante minha vida profissional e pessoal.
Na verdade, costumo usar para norteio de meus conhecimentos e ponderações, provérbios e citações de várias origens, sejam japoneses, latinos, portugueses, espanhóis ou de qualquer outra cultura que sinto expressar ou condensar exatamente meus pensamentos e conceitos.
Nesse momento, ao citar o ambiente “asséptico na positividade” que às vezes deparo nas redes sociais, veio-me à mente uma conversa recente que tive com minha filha.
Com 17 anos, expondo para mim um pouco de seus desencantos, decepções e impotência diante de certas situações vividas, naturais dessa fase da vida, contei-lhe um episódio de meu passado.
Logo que saí da Marinha Mercante, consegui, por indicação, pleitear uma vaga para lecionar na EFOMM. Tudo certo! Precisavam que eu desse aula de Trigonometria Esférica (Gelei ao perceber que eu nem me lembrava que existia essa área da Matemática). Perto do fim do ano, deveria retornar no início do ano seguinte para apresentar uma aula à banca. Tive pouco mais de um mês para me preparar.
Premido pelo pânico, não preparei apenas uma aula, mas todas as aulas da matéria, usando os recursos que dominava e inovando na forma de apresentar a matéria: PowerPoint com animações, modelagem 3D, técnicas de ensino e oratória. Expus todo o conteúdo preparado, A apresentação foi um sucesso!
Tudo certo, seguindo o roteiro da “assepsia da positividade” descrita acima, exceto o fato de que minha contratação não ocorreu porque havia um problema de liberação de verba, ocorrendo naquele momento pela Marinha.
Ensinei, com esse episódio, a existência da expressão SHIKATA GA NAI para minha filha.
SHIKATA GA NAI: “há momentos em que devemos apenas aceitar a realidade porque não temos sempre o controle sobre todas as situações… é o que é; não temos sempre o controle sobre nossas vidas” (Yumi Nakata).
Tenho certeza que deixarei para minha filha a lembrança das “citações loucas do papai” e, espero, que ela consiga guardar na memória várias delas e as use para facilitar, se possível, sua jornada.
Caso ela não se lembre, SHIKATA GA NAI NE!
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Leonardo Seixas (Diretor de Marketing)