TRABALHOS DE SÍSIFO (tempo aprox.. de leitura: 3 min.)
.
Sísifo, fundador da cidade de Corinto, não tinha rios em suas terras. Por acidente, descobriu que Zeus raptou Egina, filha de Asopo, deus dos rios.
Astuto, fez uma barganha com Asopo: delatou Zeus em troca de uma nascente. Obviamente, Zeus ficou irado ao descobrir o delator e mandou Tânatos, deus da morte, capturar Sísifo.
Sísifo enganou Tânatos, aprisionando-o para evitar seu destino, o que causou ainda mais confusão, já que ninguém mais morria, enfurecendo Hades e Ares que sempre precisavam dos serviços de Tânatos.
Zeus providenciou que Tânatos fosse liberto e levasse Sísifo ao mundo subterrâneo de Hades. Mais uma vez, Sísifo ludibriou os deuses, dessa vez, Hades. Sabendo o que poderia lhe acontecer, instruiu sua esposa, Mérope, a não enterrá-lo e nem realizar os ritos fúnebres, impedindo Hades de recebê-lo e fazendo retorná-lo à vida.
Sísifo fugiu e viveu por muitos anos, sendo finalmente capturado por Hermes, enviado por Zeus, e levado aos infernos. Lá, recebeu a condenação eterna de rolar uma enorme pedra até o cume de uma montanha que sempre rolava morro abaixo antes de conseguir atingir o cume.
Esse episódio da mitologia grega fez gerar a expressão “Trabalhos de Sísifo”, para descrever tarefas que envolvem esforços inúteis; trabalhos inúteis, considerados pelos deuses do Olimpo como uma das mais terríveis punições a um mortal.
Sinto que, muitas vezes na minha vida profissional, realizei “Trabalhos de Sísifo”. Descobri, claro, que não fui o único a ter essa experiência. Quem nunca parou para analisar processos e tarefas impostos que, por mais que se esforce, não encontrou sentido ou propósito em realizá-los?
Realmente, sentimo-nos torturados quando percebemos a perda de tempo nos “Trabalhos de Sísifo”.
Cabe aqui ressaltar que temos que ter bastante cuidado em identificar os “Trabalhos de Sísifo”, não os confundindo com o Princípio de Pareto aplicado às nossas atividades.
Nem sempre é fácil ou evidente identificar as atividades que consideramos inúteis e que ocupam espaço indevido do nosso tempo com as atividades de baixa produção, mas essenciais ao preenchimento dos 100% desejados de nossa performance, não sendo razoável subestimá-las ou descartá-las.
Se estivermos em posição de chefia, temos que ficar alertas, analisar, identificar e disponibilizar as razões dos processos e tarefas e não bancarmos deuses, punindo nossos subordinados com “Trabalhos de Sísifo”.
.
Leonardo Seixas (Diretor de Marketing)